quinta-feira, 3 de junho de 2010

Conjuntivite Viral


Pela primeira vez na vida tive conjuntivite. Comecei com sensação de corpo estranho apenas no olho direito. Essa sensação ia e voltava por 2 dias e resolvi procurar um oftalmo. Não encontrando nenhum corpo estranho a médica foi tachativa: Conjuntivite. Ela receitou um colírio e um lubrificante que aliviasse a sensação de coceira. Consultei com outro médico e este foi mais conclusivo. A conjuntivite era do tipo Viral. Um dos sintomas não-oculares que pode apresentar é o inchaço do gânglio auricular, que fica próximo a ATM (articulação têmporo-mandibular). Segundo o médico, nesse tipo de conjuntivite não existe medicamento que ataque diretamente o vírus, e sim que amenize os sintomas.

O meu maior susto foi que após uma semana do uso do colírio e do lubrificante, comecei a apresentar uma reação alérgica que causou uma lesão na córnea - uma úlcera, como dizem. Pode ter sido uma reação a qualquer componente. A superfície da córnea estava esbranquiçada e ressecada. Fui para casa completamente sem enxergar, pois minha visão do olho direito estava com curativo e qualquer movimento ocular esquerdo me fazia sentir dores horríveis por baixo do tampão.

Ontem, quando consultei com o médico (um dia já sem o tampão), ele me disse que a lesão regrediu 98%, mas que a visão sem nitidez irá demorar em torno de 3 dias pra voltar ao normal.

Essa foi uma das piores experiências que já tive. Precisar de alguém guiando para sair de casa, entrar no carro e ir ao médico me deixou com sentimento de invalidez. A primeira vez que precisei trocar o curativo e que o Henrique me conduziu pelas escadas comecei a chorar ao sair pela porta. De repente aquele ambiente em que vivo esse anos todos me era completamente estranho. O médico me mandou agradecer ao milagre de Corpus Christi (risos) e sugeriu que eu fosse na procissão...

Vou deixar aqui algumas informações sobre a conjuntivite viral, que pode ter variações de intensidade e por isso é sempre bom termos conhecimento sobre como evitar.

O que é?
Conjuntivite viral é a inflamação produzida, na conjuntiva, por um virus. A conjuntiva é uma membrana fina e normalmente transparente, que forra a parte branca da superfície anterior do olho (esclera) e também a face interna das pálpebras. Quando inflamada, toma a cor vermelha e é um dos quadros clínicos conhecidos como "olho vermelho". Para confirmar o diagnóstico, temos que excluir outros, como ceratite, esclerite, uveite, glaucoma, corpo estranho etc. O virus é um agente infeccioso de tamanho mínimo, que parasita células do organismo, se multiplicando no interior destas, destruindo-as e causando doença.

Qual a causa?
O causador desta conjuntivite pode ser um de cerca de 12 tipos de virus. Os mais frequentes são o adenovirus e enterovirus, este último, aliás, foi identificado em S. Paulo, no Instituto Adolfo Lutz, como o responsável pela epidemia deste ano.
Manifestações:
O sofrimento começa com ligeira coceira no(s) olho(s). Em pouco tempo, ou de um dia para o outro, o olho apresenta: vermelhidão difusa; alguns casos, até hemorragia, lacrimejamento, secreção mais espessa, tipo lágrima "grossa", pálpebras inchadas, com redução da abertura da fenda.
O paciente sente: coceira, ardência, sensação de areia ou de corpo estranho, irritação, fotofobia, picadas, algum embaçamento da visão.

Evolução:
O período de incubação é de 4 a 7 dias. Geralmente começa por um dos olhos e, com 3-4 dias, passa para o outro também. A fase aguda dura de mais 7 a 10 dias (maior risco de passar para outras pessoas). A vermelhidão pode ficar até 2 a 3 semanas (principalmente se houve hemorragia conjuntival)

O que fazer?
Em face de uma conjuntivite viral, o que fazer antes, durante e depois do ataque?

ANTES (tentando escapar do contágio):- Evitar ambientes fechados e com muita gente: conduções lotadas, auditórios, escolas, certos ambientes de trabalho. O ar condicionado ajuda a disseminar a doença.- Não ir a sauna, praia e piscina, neste período de epidemia.- Retrair-se, nas habituais manifestações de sociabilidade, restringindo apertos de mão. abraços e beijos na face.- Não tocar objetos pegados antes por portador da doença, como maçanetas, alças, bolsas, pacotes, teclados, caneta/lapis, copo, talheres etc. Se o fizer, lavar logo as mãos e não passá-las no próprio rosto, por algum tempo.- Estes objetos também devem ser limpos, de preferência com álcool, se for possível.- Lavar o rosto e as mãos com maior freqüência que o comum.

DURANTE (deu azar e pegou a conjuntivite):- Seja solidário e evite propagar a doença, poupando outros de seu contato.- Se tem horror à luz forte, usar óculos escuros.- Não coçar os olhos com os dedos. Se sentir necessidade de fazê-lo, usar gazes esterilizadas ou lenços de papel e descartá-los imediatamente. Passar com delicadeza. Esfregar fortemente agrava a doença. Lavar as mãos, logo em seguida.- Prefirir toalhas de papel. Se tiver que usar de pano, separar as suas. Não as compartilhar com ninguém.- Separar seu travesseiro e trocar a fronha diáriamente.- Casais, preferir dormir separados, neste período - Não compartilhar lentes de contato, óculos e maquilagem (se costuma usá-la).- Separar seu sabonete (sólido ou líquido) e fazer uso exclusivo.- Lavar o rosto com água da torneira, até pode; mas, nos olhos e em torno deles, preferir água fervida. Se as pálpebras amanhecerem coladas, deixar compressas de gaze húmida morna, sobre os olhos fechados, por 3-5 minutos, para amolecer a secreção e facilitar sua limpeza.- Guardar uma parte da água fervida, na geladeira e fazer compressas geladas, com gaze esterilizada, sobre os olhos fechados, durante 5 minutos, 5 a 6 vezes ao dia. O frio diminue o desconforto, o edema e o prurido.- Nos intervalos das compressas, se sentir falta, pode pingar, ou mesmo banhar os olhos, com soro fisiológico gelado.- Habitualmente não há dor constante (mais para "picadas"). Se acontecer dor mesmo, não deixe de consultar um(a) oftalmologista. Podem melhorar com Paracetamol e até alguns antinflamatórios não-hormonais. - Secreção amarelada e espessa, pode ser um indicador de contaminação bacteriana e um(a) oculista deve ser consultado(a) para receitar algum colírio com antibiótico.- Os de casos mais brandos se sentem melhor usando colírio de lágrima artificial, várias vezes ao dia.- Colírios mistos, com cortisona, devem ser evitados e só usados sob prescrição médica.- Se aparecer uma falsa membrana, arranhando mais, deve ser retirada, quantas vezes surgir, pelo(a) oculista.

DEPOIS (avaliando os estragos)- Mesmo tendo desaparecidos os sinais e sintomas, um(a) oculista deve ser visitado(a), principalmente se foi usado colírio com corticoide. Procurar saber se a pressão intraocular está normal ou subiu um pouco. Costuma reverter espontaneamente, mas outros casos podem precisar de tratamento.- Procurar saber como está a córnea. Alguns ficam com um certo infiltrado puntiforme (pontinhos esbranquiçados, na espessura dela), que embaça a visão. Pode ser tratado.- Procurar ver se ficaram aderências cicatriciais, (muito raras) ligando o globo ocular às pálpebras, ao nível dos fundos-de-saco.. Principalmente, se houve pseudo-membrana na fase aguda e, mais ainda, se não foram logo retiradas. Estas aderências, nos caso mais graves, limitam os movimentos dos olhos e podem necessitar de tratamento.

Essas informações foram retiradas so site da Sociedade Brasileira de Oftalmologia:
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Dani.