terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Aêêê... 1001 noites!!!
Brigada por me aguentar, Pinguim!
Bitoca!
Hotel 626
Abraços e bons sustos!
Dani
domingo, 24 de janeiro de 2010
Ela continua lá... intacta... mas não ao meu alcace...
Não tem problema, eu também continuo aqui... correndo atrás de outros ângulos que farão parte da minha história, da minha memória...
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Problemas na Tireóide
por DIOGO SPONCHIATO
design THIAGO LYRA
ilustrações BRUNO ALGARVE
Desde que o anatomista flamengo Andreas Vesalius (1514-1564) fez a primeira descrição científica da tireoide, ainda no século 16, a glândula com o formato de borboleta jamais saiu dos holofotes da medicina. Nos últimos anos, então, ela frequenta rodas de conversa que não se restringem à turma do jaleco branco. O motivo, infelizmente, é que os distúrbios tireoidianos, capazes de ressoar literalmente das unhas dos pés aos fios de cabelo, estão em ascensão. Sem dúvida aumentou o número de diagnósticos — algo que se deve à atenção crescente dos clínicos e aos avanços nos exames. Mas o fenômeno, observado no consultório médico, não é reflexo só disso. O que pode explicá-lo? Uma das respostas estaria no consumo excessivo de uma das matériasprimas dos hormônios tireoidianos, o iodo. O exagero de iodo, assim como a falta do mineral, atrapalha a linha de montagem dos hormônios. O desfecho da história é uma doença autoimune batizada de tireoidite de Hashimoto, a principal causa de hipotireoidismo.
Outras hipóteses buscam justificar tanta tireoide fora de rota. “Especula-se que agentes químicos presentes em alimentos e em produtos de limpeza possam estar relacionados a disfunções da glândula, mas nada foi comprovado”, diz Danielle Andreoni. Há quem desconfie ainda dos efeitos da poluição e até do estilo de vida — o estresse, por exemplo, daria permissão de decolagem a doenças autoimunes por trás do desequilíbrio.
Depois de vislumbrar em nosso mapa tantas repercussões, já deu para perceber que a tireoide segue aquele velho preceito de que a virtude é o meio-termo. Nem hormônio de mais nem de menos. Quando respeitada, essa fórmula assegura o desenvolvimento da criança, torna real o sonho da maternidade e garante disposição para a vida inteira. Ao longo dos anos, até os olhos podem espelhar uma tireoide equilibrada. Um trabalho da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, mostra que os problemas na glândula catapultam a probabilidade de glaucoma, o aumento da pressão intraocular capaz de levar à cegueira. “Tanto o hipo quanto o hipertireoidismo parecem elevar esse risco”, diz o autor do estudo, Gerald McGwin.
No entanto, muito antes de essa ameaça despontar, serão outras as queixas que conduzirão uma tireoide em pane ao endocrinologista. Cansaço crônico, depressão, arritmia... As suspeitas são sempre maiores quando quem pisa no consultório pertence ao sexo feminino. “As disfunções são cerca de cinco vezes mais comuns nas mulheres”, estima Mário Vaisman.
Para acusar uma tireoide de preguiçosa ou agitada, entretanto, é preciso ter provas. E a primeira delas é colhida no sangue. Um ultrassom pode complementar o inquérito, mas, aí, a meta é apurar a existência de nódulos.
A boa-nova é que as táticas disponíveis podem exigir paciência, mas permitem que a tireoide entre na linha — e, com isso, sejam silenciadas aquelas inúmeras manifestações a distância. “Uma vez que o tratamento obtém sucesso, tudo volta ao normal”, tranquiliza Roberta. Daí, a glândula recupera o manche e, sem turbulências à vista, embarca o corpo inteiro rumo ao equilíbrio.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Madame Bovary
Emma era uma jovem que frequentou um colégio de freiras, onde se tornou uma pessoa requintada e sonhadora. Lá, atraída pelos romances franceses, iludiu-se desejando ascensão social ao lado de um homem com quem pudesse viver uma grande paixão e lhe pagasse os caprichos de uma vida glamurosa.
Dessa forma, a personagem, criada por Flaubert, representa a futilidade feminina em meio a uma sociedade conservadora, bem como o histerismo e o consumismo como forma de compensação sentimental, já que o casamento com o médico Charles Bovary não satisfez os seus anseios de realização como mulher.
A angústia causada pela insatisfação de Emma levou-a ao encontro de outros homens, consumando o adultério que, como se não fosse sério o suficiente, a fez acumular muitas dívidas decorrentes dos presentes destinados aos amantes.
As traições de Emma levaram-na ao suicídio, vistas as perturbações psicológicas pelas quais passou a personagem. A morte dela, por sua vez, foi a causadora do infarto fulminante de Charles, que morreu de amor pela esposa perdida.
Aí Tem
Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava frio como um iglu. Você falava, falava, e ele quieto, monossilábico. Até que você o coloca contra a parede: "O que é que está havendo?". "Nada, tô na minha, só isso." Só isso???? Aí tem.
Ele telefonou na hora que disse que ia ligar, mas estava exaltado demais. Não parava de tagarelar. Um entusiasmo fora do comum. Você pergunta à queima-roupa: "Que alegria é essa?" "Ué, tô feliz, só isso". Só isso????? Aí tem.
Os tais sinais. Ansiedade fora de hora, mudez estranha, olhar perdido, mudança no jeito de se vestir, olheiras e bocejos de quem dormiu pouco à noite: aí tem. Somos doutoras em traduzir gestos, silêncios e atitudes incomuns. Se ele está calado demais, é porque está pensando na melhor maneira de nos dar uma má notícia. Se está esfuziante demais, é porque andou rolando novidades que você não está sabendo. Se ele está carinhoso demais, é porque não quer que você perceba que está com a cabeça em outra. Se manda flores, é porque está querendo que a gente facilite alguma coisa pra ele. Se vai viajar com os amigos, é porque não nos ama mais. Se parou de fumar, é uma promessa que ele não contou pra você. Enfim, o cara não pode respirar diferente que aí tem.
Às vezes não tem. O cara pode estar calado porque leu um troço que mexeu com ele, ou está falando muito porque o time dele venceu. Pode estar mais carinhoso porque conversou sobre isso na terapia e pode estar mais produzido porque teve um aumento de salário. Por que tudo o que eles fazem tem que ser um recado pra gente?
É uma generalização, mas as mulheres costumam ser mais inseguras que os homens no quesito relacionamento. Qualquer mudança de rota nos deixa em estado de alerta, qualquer outra mulher que cruze o caminho dele pode ser uma concorrente, qualquer rispidez não justificada pode ser um cartão amarelo. O que ele diz importa menos do que sua conduta. Pobres homens. Se não estão babando por nós, se tiram o dia para meditar ou para assistir um jogo de vôlei na tevê sem avisar com duas semanas de antecedência, danou-se: aí tem.
- Martha Medeiros -